Toque do Espírito

Todos desejam a paz, mas nem todos buscam as coisas que produzem a verdadeira paz.

Tomás de Kempis

Cura de um possesso - Escolha entre o Bem e o Mal


Lc 4,31-37


31. Desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali ensinava-os aos sábados.
32. Maravilharam-se da sua doutrina, porque ele ensinava com autoridade.
33. Estava na sinagoga um homem que tinha um demônio imundo, e exclamou em alta voz:
34. Deixa-nos! Que temos nós contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: o Santo de Deus!
35. Mas Jesus replicou severamente: Cala-te e sai deste homem. O demônio lançou-o por terra no meio de todos e saiu dele, sem lhe fazer mal algum.
36. Todos ficaram cheios de pavor e falavam uns com os outros: Que significa isso? Manda com poder e autoridade aos espíritos imundos, e eles saem?
37. E corria a sua fama por todos os lugares da circunvizinhança.
 

REFLETINDO


Jesus ensina com a autoridade de quem conhece e vive a palavra anunciada. É um exemplo para todos aqueles que, de algum modo, anunciam o Cristo (religiosos, pregadores, músicos, leitores, encontreiros, etc) para serem coerentes com a Palavra que transmitem. Marcos mostra a mesma cena diferenciando Jesus dos escribas, que também ensinavam, mas sem autoridade. (Mc 1,21-28)

É de grande importância que aqueles que se dedicam ao serviço do Reino sigam o exemplo de Jesus, vivendo de forma coerente. Achamos muito bonito quando, após uma pregação, um canto ou uma oração, alguém se levanta e dá um testemunho de mudança. Isso é importante porque mostra a eficácia da Palavra de Deus. Mas não podemos esquecer que devemos ser nós mesmos o primeiro testemunho daquilo que anunciamos.

Quem nunca participou de um encontro onde ouviu palavras vazias e mortas? Palavras bonitas, mas que não provocaram mudança... Muitas pessoas acreditam que apenas por lerem livros e fazerem cursos, não precisam viver segundo a Palavra e, mesmo assim seus discursos sairão bons... Claro que se aprofundar nos estudos das coisas de Deus é bom e necessário, mas esse conhecimento só será agradável a Deus se vier acompanhado do testemunho de vida.

Jesus ensinava na sinagoga e quem estava lá? Um homem com um demônio. ISSO MESMO! DENTRO DA SINAGOGA. Aqui é necessário compreender o sentido de “demônio imundo”. Não existe demônio bom, “limpo”. Todo demônio é marcado pela sujeira do mal, do pecado.  Então porque Lucas utiliza essa expressão?

Em todo o seu evangelho Lucas fala de “demônio”, “demônio mudo” (para indicar mudez), “espírito” ou “espírito imundo”.

Lc 4,1-2
Lc 8,27
Lc 9,38-39.42
Lc 11,14.24
Lc 13,11.16 

Mas, nesse caso particular, ele usa a expressão “demônio imundo”. A palavra demônio vem do grego “daimon” ou “daimónion”. Depois, pelo latim, “daemoniu”. Significa “inteligência”, “gênio inspirador”, bom ou mau, que dirige o caráter.


Como se pode ver, Lucas está falando de um mal que habita nossos pensamentos, que dirige as nossas ações. Podemos lembrar aquela representação clássica dos desenhos animados: um personagem com as idéias sendo disputadas por um anjo e um demônio. Por isso, o evangelista fala de um “demônio imundo”. Trata-se de uma inteligência, uma personalidade corrompida pela sujeira do pecado, do mal.

O demônio não quer se submeter a Jesus. Mais do que isso, ele quer passar a falsa idéia de que ele e o homem são um só. A leitura deixa claro que é apenas um espírito:

“...UM homem que tinha UM demônio imundo...”

Mas o demônio fala no plural, como se fosse inseparável do homem:

“Deixa-NOS! Que temos NÓS contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para NOS perder?”

Caríssimos irmãos é isso que o demônio quer fazer nos nossos pensamentos. Ele quer nos convencer de que não podemos nos separar dele. De que devemos estar unidos ao mal. É por isso que quando nos decidimos a seguir Jesus fielmente, nossos pensamentos são atacados com idéias de sofrimento, de dor, de derrota. Como se ao nos separarmos do pecado encontrássemos a morte.

NÃO NOS DEIXEMOS ENGANAR! É preciso sim nos separar do pecado, mas é ele quem morre. Nós, ao contrário, ganhamos vida nova e vida em abundância. A verdadeira vida nasce a partir de Jesus. O demônio sabe que Jesus quer vencer na nossa vida e, por isso, diz:

“Vieste para NOS perder?”

SIM, MEUS IRMÃOS, DEIXEMOS JESUS VENCER NA NOSSA VIDA. PERDER PARA JESUS NÃO É DERROTA, MAS VITÓRIA!


É preciso combater o bom combate, completar a corrida, guardar a fé, para ganhar a coroa da justiça. (2Tm 4,7-8)

O demônio sabe quem é Jesus:

“Sei quem és: o Santo de Deus!”

 Da mesma forma, nós sabemos quem é Jesus, sabemos que Ele é o caminho de santidade que nos leva ao Pai e, mesmo assim, muitas vezes preferimos seguir nosso próprio caminho, nossos próprios desejos. Temos vergonha de ser diferentes. Temos vergonha de ser de Deus no nosso dia-a-dia. Só queremos ser filhos de Deus na missa ou na hora em que precisamos de um milagre, de “uma mãozinha” divina.

É isso que o demônio quer fazer com que nós acreditemos. O “pai da mentira” quer nos fazer acreditar que seguir o “Pai da Verdade” é humilhante, é vergonhoso. Mas não foi Jesus quem arremessou o homem ao chão, foi o próprio demônio que fez isso. E ele faz isso constantemente, para que nós não o deixemos. Ele nos faz sentir vergonha das outras pessoas para que não tenhamos coragem de abandoná-lo e seguir Jesus.

“O demônio lançou-o por terra no meio de todos...”

MAS ALEGRAI-VOS! Não é vergonha alguma optar por Jesus. Quando a Palavra de Deus entra na nossa vida, imediatamente ganhamos a proteção da fé e nenhum mal pode nos abater.

“...e saiu dele, sem lhe fazer mal algum.”

TENHAMOS A CORAGEM DE PERDER PARA JESUS E, ASSIM, GANHARMOS VERDADEIRAMENTE. TENHAMOS A CORAGEM DE, ASSIM COMO JESUS, FALAR PARA NOSSOS DEMÔNIOS INTERIORES SE CALAREM, POIS O MESTRE QUER FALAR DIRETAMENTE AO NOSSO CORAÇÃO. ALCANCEMOS A VITÓRIA DE DEUS EM NOSSAS VIDAS E JAMAIS SEREMOS ABALADOS POR MAL ALGUM.


Tayson Queiroz

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