As nossas tentações
A
pluralidade e a multiplicidade das tentações encontram seu fundamento na
tríplice concupiscência de que nos fala o Apóstolo João em sua primeira
epístola: “... tudo o que há no mundo – concupiscência da carne, concupiscência
dos olhos e orgulho da vida – não vem do Pai mas procede do mundo” (1Jo 2,15).
Como se
sabe, segundo João, o “mundo” do qual o fiel precisa afastar-se não é o mundo
criado, obra de Deus, confiada ao domínio do homem; mas é o símbolo e o sinal
de tudo aquilo que se separa de Deus, isto é, o contrário do “Reino de Deus”.
São portanto
os três aspectos do mundo de que o cristão, para se manter fiel à mensagem de
Jesus, deve manter-se afastado: os apetites sensuais; o anseio excessivo pelos
bens terrestres, que iludem o homem quando este os considera como o fundamento
da vida; e enfim a soberba autossuficiência em face de Deus... as “três
concupiscências”, são as três grandes tentações a que todo cristão vai ser
submetido no transcurso de sua vida na terra.
Mas na base
dessa tríplice tentação encontramos a primitiva e oniabrangente tentação do
próprio Satanás dirigindo-se aos nossos progenitores: “... sereis como deuses,
conhecedores do bem e do mal” (cf. Gn 3,5).
Mas o
primeiro Adão se escolhe a si mesmo em vez de Deus, cai na tentação e se vê
mísero e frágil... “nu” e “escravo do pecado” (cf. Jo 8,34).
Mas o
segundo Adão, Cristo, reafirma contra Satanás a fundamental, estrutural e
ontológica dependência do homem em relação a Deus. O homem, diz-nos Cristo, não
é humilhado, mas exaltado na sua mesma dignidade sempre que se prostra para
adorar o Ser Infinito, seu Criador e Pai: “Ao
Senhor teu Deus adorarás e só a Ele servirás!” (Mt 4,10).
Beato João Paulo II
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ResponderExcluirEita palavra difícil de falar: concupiscência.
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