Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo
A festa foi
instituída para o último domingo de outubro pelo papa Pio XI, na encíclica Quas primas, de 11 de dezembro de 1925.
Atualmente tem um enfoque mais cósmico e escatológico no fim do ano litúrgico,
e inclusive apontando também os conteúdos do tempo do Advento (cf. oração do
dia). As três séries de leituras apresentam Cristo como Pastor da humanidade
(A: Mt 25,31-46; Ez 34,11-12.15-17; 1Cor 15,20-26.28), Rei eterno (B: Jo
18,33-37; Dn 7,13-14; Ap 1,5-8), e Rei na cruz (C: Lc 23,35-43; 2Sm 5,1-3; Cl
1,12-20). O prefácio completa a visão do reinado de Cristo aludindo a suas
qualidades: “Reino da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça,
do amor e da paz”.
O ofício das
leituras convida a contemplar a visão do Filho do Homem no Apocalipse (Ap
1,4-6.10.12-18 etc.), antes de propor um comentário de Orígenes sobre a petição
venha a nós o vosso Reino do
pai-nosso. Os salmos desta hora são messiânicos e reais (Sl 2 e Sl 71). As
demais horas se referem ao senhorio de Cristo a partir do mistério pascal (cf.
Ef 1,20-23; 4,15-16; Cl 1,12-13; 1,16b-18; 1,19-20; 1Cor 15,25-28).
Segundo o Beato João Paulo II...
“O Senhor
reina.” No último Domingo do ciclo anual da liturgia, a Igreja deseja
pronunciar de maneira solene esta verdade: Deus reina no universo que criou. Ele é Rei, porque é Criador! A Igreja
proclama a obra da criação e “através da obra da criação” proclama “o Reino de
Deus” no mundo: o Reino de Deus “existe”!
Ao mesmo
tempo a Igreja reza do jeito que Cristo ensinou: “Venha o Teu Reino”. O reino
de Deus pertence já à nossa contemporaneidade, mas ainda mais ao futuro. Em
Jesus Cristo, Deus é Aquele que é, que era e, ao mesmo tempo, Aquele que vem. O Reino de Deus tem a
respeito da humanidade, através da obra da Redenção, o seu passado, o presente
e o futuro. Tem a sua história, que se desenvolve junto com a história da humanidade.
No centro dessa história está Jesus Cristo.
Jesus Cristo
é um Rei que ama. Pois Ele nos amou, a nós homens, até derramar o sangue. Pelo
fato de nos amar libertou-nos dos pecados, porque “somente” o amor é capaz de libertar-nos
do pecado. Ao libertar a nós, homens, do pecado, fez de nós o Reino de Deus. E
o Seu Reino “jamais terá fim”. Não vai perecer o Reino “da verdade, do amor, da
graça e do perdão”. Jamais perecerá o seu Reino. E Nele não perecerá o Reino do
ser humano. Somente Nele pode-se continuar a esperar, vivendo no mundo, onde a
verdade e o amor são ameaçados de várias formas, onde o pecado está
conquistando cada vez mais o direito de cidadania, onde o homem pode se tornar
vítima das horríveis forças que liberou.
Olhemos hoje
com os olhos da fé para o Reino de Cristo e vamos repetir: Venha o Teu reino!
Fonte: MARTÍN, J. P. A Liturgia da Igreja. Teologia, História, Espiritualidade e Pastoral.
São Paulo, Paulinas, 2006.
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